sábado, 12 de dezembro de 2009

Jericocoara




O sol diz adeus ao dia,
Últimos dourados espelham o mar.
Cabelo solto ao vento assobia,
Seio exposto bocas a beijar.

A lua gira no céu a cabeça turva.
A luz agoniza e delineia.
Das alvas dunas e sereia,
Ainda revela o macio das curvas.

Vastidão de areias e mar,
Lua cheia agora sozinhos.
A brisa e o farol são vizinhos,
Lampeja, já toca o mar.

Passeiam por sobre o mar,
O vento terral e a lua.
Refresca e brilha no olhar
Da sereia a silhueta nua.

Abraçam carícias e o vento frio.
Pelo corpo as mãos e o carinho.
Sinto da tez e o arrepio,
Teu cheiro úmido do ar marinho.

Pássaro beija rosa orvalhada.
Perfumes, pétalas, ato de amar.
Suavizam o silêncio as ondas do mar,
O êxtase à flor eletrizada.

Cintilam as estrelas a voz geme,
Jogam as coxas à noite enluarada.
Teu corpo toda a terra treme
Em doce nudez iluminada.

Pairam sobre a terra a noite e a fera.
Arde teu ventre queima a areia,
Chama ardente e ao fogo ateia
O calor de um só corpo na esfera.

Fere sutil a noite e o clima,
Enquanto o abraço apertado
À cintura e o seio beijado,
Rara nave voa lá em cima.

A paz repousa sob o céu,
O amor e os dois vão à vila.
Caminham em noite tranquila
Ao luar as estrelas ao véu.

Seduzem e encantam o lugar
A atmosfera de magia.
Na orla a alegria,
O morno banho de mar.

Teu amor e na água espelhada,
Do brilho que se vê agora,
Da lua por esta pedra furada
À espera estes versos e a hora.

Só o riso, a música do mar
Com os dois seguem a trilha,
A lua branca que brilha
E noturno meteoro a vagar.

A vida calma o mundo é distante.
Paisagens a perder de vista,
Em torno é livre o horizonte,
A mente viaja ao coração conquista.

Brasileiros, muitas pessoas,
Gente do mundo inteiro,
Vêm de janeiro a janeiro,
Ver o mistério, dunas, lagoas.

A virgem natureza
De mutáveis areias.
Dunas em lagoas permeia
Em sítio de rara beleza!

A América guina a oeste e esquiva
Para o sol belo se pôr aqui,
Em quadro que à memória viva
Na breve palavra sintetiza Jeri.

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