segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A flor

Ah, esta boca! Este perfume...
Dos lábios e nesta boca
Cometas cruzam o céu à louca
E meu amor que vem a lume!

Deliram os sentidos os olhos brilham.
Ao êxtase o fogo o sangue atiça,
A pele faísca músculos estremecem
Na tempestade do amor a cobiça.

Ímpeto assim fizeste
Por ansiosas bocas beijos em fúria.
Revoam a volúpia e a luxúria
Dos espaços o calor e as vestes!

À luz e já ao desejo me gosta.
Delícia o macio e as curvas,
A fêmea que agora me mostra
Da tez seu cheiro e a vulva.

O anjo sorri e devaneia
Ao amor e à penumbra perfumada.
Pássaro ronda pela noite anseia
Dos jardins a rosa orvalhada.

Prepara-lhe carícia infinda
Gentil dedicado amor.
A gana então comedida
À graça de Vênus a flor.

Entrelaça os corpos o amor.
Aríete ardente as coxas roçam.
Rangem dentes, flexas caçam
Escuridão em já úmido calor!

O amor e as mãos devassam,
O orvalho rega, a mão aperta.
Queima e abraçam,
Os seios e a flor aberta.

Não existe o tempo e voa.
Ao pensamento apenas o amor,
Aos dois é uno e senhor,
Abraços ardentes e se ri à toa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário