terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O verso esquecido

Para tal ou qual verso comentado
Justo é momento de fortuna.
Lembrado, tal ou qual,
Este ou aquele verso,
Causou alguma impressão
Sobre o que valha sua mensagem.
Como nos sonhos que nos enternecem,
Ainda que não os lembremos de todo,
Mas ressoa onde é rico de sentimento.
Desafortunado verso.
Mas qual?Este ou aquele?
Como sabê-lo dentre os que lhe enviei?
Terá ela guardado?
Foi um presente a mais,
Algo que junto a outras coisas
O tempo empana,
Uma gaveta torna-o escuro?
Não importa.
Nenhuma memória mereceu.
Como fruto nenhum em chão inóspito,
O verso tem vida inglória.
Surdos são os que não ouvem ao apelo
Além da voz familiar;
São desatentos os adormecidos
Ao que excede o imediato,
A seus discípulos, pronunciou Heráclito.
E hoje ansioso ao verso esquecido,
Sofridos vislumbres de sua imagem,
Assim sem alma a face dos sonhos,
Uma palavra que lhe dê vida,
Como este ou aquele apenas,
Vaga pela minha memória.

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