terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Poema do dia seguinte

Mãe!Agora o sorriso mais bonito.
Limiar de luz ao mais querido.
Tempo em que a vida se renova,
Elas ficam mais bonitas.
Anseio da vista primeira ao pequenino,
Afagar a pele de rosa,
Sentir a inocência do seu perfume,
A mão mínima segurar-lhe os dedos
E quem não se rende enternecido
À pureza dos seus olhos fixos?
Tempo feliz e trabalhoso.
Ao primeiro choro, sempre um alvoroço.
Seu chamado, sua única palavra.
Sobressalta-se pelas noites, sonolento,
Coração como um louco
Esquivando-se às arestas dos portais.
Nervos querendo sair do corpo,
E aflitivamente se vai.
A natureza chama por dentro
Ao socorro inadiável
Do indefeso rebento,
E, por favor, vá você,
É algo que não se diz.
Mas para o maior cansaço,
Há sempre maior recompensa,
Pois se findo choro inevitável
O pequeno dormir,
Que lágrima em olhos de pai não sorri,
Que coração aflito de mãe não fica feliz? (1)
Essa satisfação que a alegria nos dá,
Que revigora e nos alenta,
Pelo que a ciência explica,
É justo o néctar de vida.
É quando por dias a fio,
Quando noites tornam-se iguais aos dias
E os dias insistem em ser os mesmos,
Subitamente, ao fitar o filho,
E relembrar a biologia humana,
Dispõe-se o homem frente a si mesmo
E à grandeza do universo
Na perfeição do verdadeiro milagre,
Quando tudo começa na célula dividida.
Duas, quatro, enésimos pares sucessivos,
Eqüitativa e progressivamente,
Até que ao tempo certo
O homem se tornar vida. (2)

Dedicado a: Heitor Tiziani Roland

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