terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Primeiras palavras

As primeiras palavras. O primeiro encontro.
Palavras que não acho deixam-me aflito.

Ela sorri. Ela é bonita!
A noite chega-nos a sós para meu espanto.

Nas palmeiras, o vento refrata como um grito.
Ela me envolve suave como um manto.

Brilham as luzes seus olhos coloridos.
Surpreende-me sua boca e me encanto.

Como não amar o sorriso doce, seu gesto querido?
Palavras como um rio fluem para as águas do seu remanso.

É certo, queria seu abraço e seu beijo.
Palavras inexatas alegram meu ouvido.

Quanto queria tê-la meu coração aflito!
A hora implacável proclama meu pranto.

E aquele sorriso que ainda vejo
Foram mais palavras que tenha entendido.

A noite em todos chega como um canto.
A mim como uma pena: deserto e consumido.

Onde estará a dona do meu desejo?
Desenho seu rosto nas nuvens sob o céu infinito.

Meu abraço solitário bem a quis.
Meus olhos beijado seus olhos vivos.

Como ter seu calor benfazejo?
Meu coração em seu peito o abrigo?

A lua redonda e baixa emoldura minha janela.
A noite meu anseio dolorido.

Porque esta noite eu bem a quis como aquela.
Minha alma insone reclama meu olhar perdido.

Sua imagem vem com a aurora e o luar.
Eu rindo de mim mesmo sem acalanto.

A poesia transcende tempo e espaço, matéria e espírito,
Mas eu sei que vou te amar.

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