terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Cecília Mutilada

Não canto porque o momento é triste.
E se não corro pelos canteiros,
Pois do verso o gosto nem tão verdadeiro
E do que era alegre está bem triste.

Ter no mato o gosto de framboesa!
Ora, quem não queria,
Em belos versos dessa mesma
Poesia, ter pensamento e autoria?

Num insulto a vilania
De indignação nos cobre,
Como rapina torpe,
Dos versos de Cecília se apropria.

Doce Cecília!Que versos!Uma fada!
Sorrateiro como bicho de peçonha,
Seus versos desfigura e de vergonha,
Vemos uma Cecília mutilada.

Assim de poetas, Floberla,
Lorca, de Patativa, sua Sina,
Uma oportunista mazela
Berra seus versos e assina.

Impossível dos autores não saber
Pois além fronteiras estão os versos
E não há neste universo
Quem não se indigne ao perceber.

Pode um ser esclarecido ao sortilégio
Querer, se não indigno,
O sucesso a qualquer custo, se não maligno,
Usar de baixo sacrilégio?

Só uma mente insana
Ou de mau caráter possuída,
Ousar de atitude vil,
Abominável e infame.

Será o único a não saber
Que ato inescrupuloso
É próprio ou mister
De maldito ou criminoso?

Se não bastante fora o plágio,
Por essa e mais uma dor,
Avilta a poesia o larápio
Em voz terrível usurpador.

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