terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Filha

Filha minha,
Sorriso de doçura.
Sim, sangue do meu sangue,
Ternura do meu sonho.
Pura, linda,
Amor de menina.
Assim luz e névoa mais branda
Ilumina doce as horas do meu sono.
Quando todo dissabor retira breve,
Se tua visita alegre
Retorna à casa mais querida.
Ainda que cedo o inesperado
De ti me apartou a vida,
Bem cuidado é teu jardim,
Teu aposento da memória.
Este ano fazes teus vinte e um anos
E eu já sou avô sem neto.
Enfim, desta feita,
Dissipa-se a amargura
E do tempo a resignação aceita,
Mas não lhe tributa.
Ainda que me espreite
Sua implacável força e o olvido.


À memória de Renata Roland

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