terça-feira, 9 de março de 2010

Cecília mutilada

Não canto porque o momento é triste.
Não corro pelos canteiros,
Pois do verso o gosto nem tão verdadeiro
Do que era alegre está bem triste.
Ter no mato o gosto de framboesa!
Ora, quem não queria,
Em belos versos dessa mesma poesia,
Ter pensamento e autoria?
Num insulto a vilania
De indignação nos cobre,
Como rapina torpe
Dos versos de Cecília se apropria.
Grande Cecília!Que versos!Uma fada!
Sorrateiro como bicho de peçonha,
Seus versos desfigura e de vergonha
Vemos uma Cecília mutilada.
Assim de poetas: Floberla;
Lorca; de Patativa, sua Sina,
Uma oportunista mazela
Berra seus versos e assina.
Impossível dos autores não saber
Pois além fronteiras estão os versos
E não há neste universo
Quem não se indigne ao perceber.
Pode um ser esclarecido ao sortilégio
Querer se não indigno,
O sucesso a qualquer custo se não maligno,
Usar de baixo sacrilégio?
Só a mente insana
Ou de mau caráter possuída,
Ousar de atitude vil,
Abominável e infame.
Será o único a não saber
Que ato inescrupuloso
É próprio ou mister
De maldito ou criminoso?
Se não bastante fora o plágio,
Por essa e mais uma dor,
Avilta a poesia o larápio
Em voz terrível usurpador.

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