segunda-feira, 15 de março de 2010

O amor não tem fronteira

O ar não tem fronteira.
O rio não tem fronteira.
O mar não tem fronteira.
O cosmo não tem fronteira.
O sonho não tem fronteira.

De que valem estes marcos de pedra,
Se muito além destas montanhas,
Do ritmo destas vagas,
Das copas desta selva,
Deste rio já correm estas águas?
E nele percorrem livres tantos peixes,
Tanta vida, tanta vida...
Que representam estes limites,
Se do ar que respiro,
Transforma-o em novo
A pródiga natureza;
E meu corpo alimenta sua vida,
E sem ele inevitável sucumbe,
E toda vida na terra expira
E é o mesmo para todos?

Apenas é relevante ou existe
O que já existia.
O que não foi imposto
Pela ganância ou pelo temor.
Por que para muitos é invisível,
Se alguns já vislumbraram?
(“You may say that I’m a dreamer,
But I’m not the only one”!)*
A única fronteira é o limite
Entre a sanidade e a loucura;
Entre o milagre da vida
E o vazio da morte.
Esta angústia desfar-se-á em abraços
Quando velas brancas, coloridas,
Sinceros sorrisos e esperança
Dos lugares mais longínquos
Apontarem de todos os lados
Ao horizonte desta utopia perseguida:
O amor não tem fronteira!

*John Lenon.

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