Um homem presumiu uma lei ao universo
E sobre o mundo, durante séculos,
Acreditou-se ser decisivo
Seu régio discurso.
Por outra lei foi enfim contraposta,
E por sua vez, sucessivamente por outras,
Filtrando-se o que de valor antecede.
A essência é sempre volátil,
Sempre se perde o essencial.
Em nossas palavras só se aproxima.
Apenas por determinado instante
Acrescenta-se um pensamento
Cuja suspensão fica à mercê
Da curiosidade de quem há de vir.
A verdade só ao lume persevera.
Transforma-se a lei e fica o astro
E todas as coisas que do nume
Pertencem à eternidade.
Ninguém há de espelhar o mundo.
A ninguém é dado mais que um frágil limiar,
E “nunca houve mais começo que agora”,*
Para a “sempre ânsia procriadora do mundo”.*
O conhecimento se acumula e é mutável.
De louros não conferem à vaidade
Mais que sombras e pó
as vastas bibliotecas.
*Walt Whitman.
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
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